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Hora de Ler: Tartarugas até lá Embaixo - John Green


Olá galerinha! De volta após um mês cheio de novidades literárias, vamo de lançamento?!
A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido - quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro - enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Repleto de referências da vida do autor - entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância -, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e - por que não? - peculiares répteis neozelandeses.

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O que falar do livro mais esperado do ano, inclusive por mim mesmo? Se eu pirei quando o kit chegou aqui? imagina. Já adianto que respondeu muito bem as minhas expectativas que diferente do título estavam lá em cima, irei detalhar a seguir.

Esse livro segue a tradição do último inédito A Culpa é das Estrelas e se trata de um sick-lit mas dessa vez ninguém morre E NÃO É SPOILER! O autor afirma que esse é um livro "autobiográfico", na realidade "Own Voice" onde o personagem não se parece com o autor (afinal Aza é uma menina) mas tem traços e experiências de vida refletidas nele.

Aza é uma menina extremamente ansiosa, paranoica com bactérias e quase uma perita de microbiologia, o legal do livro foi o cenário agoniante em que essas pessoas precisam lidar todos os dias, a guerra interna com o TOC, as "frescuras" vistas pelos familiares e amigos; nem deve ter precisado de tanta pesquisa afinal ele passou por isso também.

A amizade é outra coisa em que ele valorizou muito desde o início da obra com altos e baixos entre Holmes e Dayse, as duas melhores amigas de infância no final sempre se entendem. Família também está bem presente nessa obra, a presença da Mãe é constante, talvez por ser professora da mesma escola em que a filha protagonista estuda.
O romance aqui foi dosado na medida, nada de melação, tem aquela coisa linda do início de quando conhecemos alguém, o deslumbramento, mas o foco definitivamente não é esse por aqui, podem ler sem medo, não vai cair mel do livro. O tema central é a investigação dos Pickett e em meio a tudo isso entramos no turbillhão de pensamentos de Holmes, conhecendo a rotina da menina-Espiral.

Eu não diria diferencial, mas o que chama atenção nesse livro em específico são as citações de grandes clássicos da literatura, um deleite para quem conhece, um guia para os novatos (peguei váaaaarias dicas) que vão de Shakespeare á Terry Pratchett. Os haters podem achar pedante, mas eu achei incrível! Obrigado, John fucking Green.


Claro que os dramas aqui são bem exacerbados, coisa que AMO em livro adolescente, a dor é intensa e gosto de sentir isso junto com o personagem, bota mais agonia que tá pouco! Há vários dilemas,, preocupações com futuro (universidade, família, amigos), além da recompensa em si, o que elas irão fazer para encontrar o milionário desaparecido e assim ficarem ricas. Cultura pop é outro fator presente nas obras de Green e com essa não poderia ser diferente: Star Wars, Twitter, Pinterest, NUDES, fanfic e todo esse universoo virtual ao qual estamos habituados.

O título foi bem explicado e agora "aceito" pois quando foi divulgado pela primeira vez em junho fiquei meio "?????" a capa também faz todo sentido depois da leitura, adianto que tem 2 significados por assim dizer: Um deles referente a Espiral de pensamentos de Holmes, o outro á teoria hindu de formação do mundo, grande sacada.

Vocês ainda tem dúvidas que esse livro leva menos de 5 estrelas?!


Quotes:

Eu estava começando a entender que a vida é uma história que contam sobre nós, não uma história que escolhemos contar.

E a questão é que, quando a gente perde alguém, a gente se dá conta de que no fim vai perder todo mundo.

O verdadeiro terror não é ter medo, é não ter escolha senão sentí-lo.

Talvez precisássemos dar forma á dor opaca e profunda que escapa tanto á razão quanto aos sentidos.

Estar vivo é sentir saudade.
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