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1 Clássico de Cada Vez: A Revolução dos Bichos - George Orwell


Fala galerinha, tudo bem? Segurem o coração pois o clássico de hoje tem um peso histórico e narrativo nunca visto antes, preparados para o choque?!
(Créditos)
Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, 'A Revolução dos Bichos' é uma fábula sobre o poder.
Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos

Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.

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O que falar desse clássico tão aclamado e citado em discussões políticas? Sinto uma grande responsabilidade em falar dele por aqui, por isso irei focar nos aspectos da narrativa, deixando um pouco de lado as questões mais sérias que Orwell satirizou e todos já estão cansados de saber.

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A história é bem simples porém cheia de significados "escondidos" mas não muito, os bichos tem nome, falam e cada um tem uma personalidade bem caricata, representando um esteriótipo da sociedade, como por exemplo Mimosa a égua narcisista que está fazendo pouco da Revolução organizada por Bola-de-Neve. Basicamente o início é Bichos vs Humanos onde a rivalidade acaba no capítulo seguinte por uma vitória fácil e merecida mas depois a fazenda agora dominada por eles é alvo de constantes ataques.

O legal dessa fábula é o desenrolar que na teoria é tudo muito maravilhoso, mas quando eles finalmente conseguem a fazenda e começam a reinar tudo desaba e muda de figura. O "estatuto" dos Bichos que antes proibia álcool, mordomias, humanos, dentre outras coisas, vai ganhando exceções até que lentamente se modifica de tal forma que vira um novo estatuto onde o trabalho, dinheiro e relações com humanos são permitidas.


Mesmo se tratando de uma narrativa quase infantil a perversidade reina aqui principalmente depois da expulsão de Bola-de-Neve, o porquinho que tinha boas intenções. Napoleão é um tirano e os animais como tem pouca ou nenhuma instrução simplesmente abaixam a cabeça e aceitam tudo que ele diz como verdades absolutas, sendo explorados ao limite, deixados com fome e vivendo num regime muito pior do que quando a fazenda era gerida por humanos.
O absurdo é eles acharem normal esse estado por não lembrarem de como era antes, agradecendo a Napoleão por aquilo; por outro lado o tirano se aproveita ameaçando-os sob qualquer sinal de resistência "vocês querem a volta do fazendeiro?" sendo assim eles engolem tudo o que lhes é sugerido.

Por vezes achei a narrativa semelhante a O Senhor das Moscas que é outra distopia/alegoria clássica, serve de estudo e tudo o mais, são narrativas parecidas mas com desenvolvimentos beeeeem diferentes. Esperei o pessimismo de Gouldin por aqui, só que o resultado, o final desse livro foi algo totalmente inesperado e novo para mim. Mais um ponto para o autor.

Impossível dar menos de 5 estrelas para esse livro e mais impossível ainda é não favoritá-lo! Obra sensacional, cheia de significados, passível de muitas interpretações que vão além da sátira para com Stalin e companhia, uma linguagem simples que sem dúvidas alcança mais leitores, obra SEMPRE atual ainda mais no cenário político-caótico desse país. Lerei mais coisas de Orwell a partir de agora.

Quotes:

Então, camaradas, qual é a natureza da nossa vida? 

Nenhum animal, na Inglaterra, é livre. A vida de um animal é feita de miséria e escravidão: essa é a verdade nua e crua.

Retire-se da cena o Homem, e a causa principal da fome e da sobrecarga de trabalho desaparecerá para sempre.

Se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco.

Fitas — disse ele — devem ser consideradas roupas, que são o distintivo do ser humano. Todos os animais devem andar nus.
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